quinta-feira, 19 de março de 2015

Olhos que veem, coração que sente

    Na 3ª feira, e com o trânsito que estava, só sai às 20:40 e acabei por jantar perto do local de trabalho. Quando venho cá fora (fumar) um miúdo/rapaz pede-me dinheiro. Respondo-lhe que não tenho e ele faz uma cara desesperada e pede-me pelo menos água. Digo-lhe que espere um pouco que já vou lá dentro. Entretanto aproximo-me e pergunto-lhe porque está ali e não em casa. Responde-me que mora na rua e não tem nada e aponta para os sapatos ( que são diferentes) . Tem 14 anos e é da província de  Cuanza sul e veio para Luanda com um primo. A mãe já faleceu e pelo que percebi o pai pouco queria saber dele. Pergunto-lhe se não gostaria de voltar para casa  e diz-me que sim mas que "Não tenho como"...
 
  Vou lá dentro buscar o pouco dinheiro trocado que tinha e dou-lho. Digo-lhe que vá comer qualquer coisa. Quando saiu está sentado à frente do restaurante, faz-me um sorriso tímido e diz-me adeus.

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